13 de julho de 2009

Tudo acaba em pizza.

Tenho andado com vontade de ficar comigo, mas como ficar sozinha ainda é algo que me assusta, fico um tanto quanto perdida, sem saber o que fazer com a minha vontade nem com os meus medos. ou costumes, como melhor se definirem.

No meio dessa crise, ontem acabei fingindo que queria companhia sem querer, saindo de casa quando no fundo adoraria ficar embaixo do edredon e quando cheguei em casa me perguntei o por quê daquilo tudo.

A casa tinha visita e eu, tagarela por costume, estava calada. Não era tristeza, nem mau humor, simplesmente vontade de ficar quieta. Opa! me respeitava pela primeira vez no dia.

Sozinha e calada fui para cozinha, a dispensa me mostrou que tinha farinha, tinha leite e tinha fermento.

Literalmente pus a mão na massa, e enquanto misturava aquilo tudo me "desmisturava" por dentro.

E enquanto aquela massa foi ficando com jeito de pizza, eu fui ficando com mais jeito de mim mesma.



22 de junho de 2009

pé no chão


Sensação de presença.

De repente reparei que nao respirava há tempos.

Respirei.

Tem época que é assim: sinto que respirar não é um ato involuntário.Tenho que lembrar de respirar pelo menos três vezes ao dia.

Ta aí, adoro respirada pensada.

Parece que o olho enxerga mais, e os outros sentidos pegam uma carona vão atrás.

1 de junho de 2009

Eu também era uma figura.

A história da minha sobrinha, contada no post anterior, me fez lembrar uma minha.  Lógico que eu não lembro de nada, essa foi contada pela minha mãe.
Estava rolando uma festinha lá em casa. Depois de muito tempo, bebida etc. os convidados começaram a ir embora. Quando meu padrinho, o último convidado estava se despedindo eu comecei a dizer que queria dormir na casa dele. Minha mãe negociou dizendo que eu  ia estranhar que ia chorar ... E eu saí com essa:

- Não vou chorar não mãe. Eu gosto de dormir com homens!

Eu só tinha três anos.

28 de maio de 2009

Pilha

Ontem passei o dia com minha sobrinha de dois anos. Depois de muita bagunça e pés imundos (de ambas) fomos tomar banho juntas. 

Brincamos a beça no banho. Além de nós duas, todos os brinquedos foram devidamente ensaboados e enxaguados e quando eu já estava quase toda enrrugada de tanta água resolvi que era hora de mudar de brincadeira. Fomos trocar de roupa. 
Estava colocando a fralda nela e ela manda :

-O peito da tia Nanda balança.
- ÃÃÃÃÃ???
- O da Duda também.
-  Não,o da Duda  ainda não balança não..

 Ela desandou a olhar para os próprios peitos e ficar se sacudindo para ver se balançava ou não e concluiu com a pérola: 

-Acabou a pilha do peito da Duda!

20 de maio de 2009

mãos ao alto!

Eu andava muito empolgada escrevendo... Tinha incorporado a minha bolsa além da minha necessaire, meu protetor solar e meu celular , o meu moleskine. A cada nova idéia arrancava ele da bolsa e ia escrevendo.
Quando estive no Rio assaltaram meu padrasto. Aquela coisa que infelizmente nós cariocas já estamos acostumados pelo menos a ouvir: arma na cabeça, terror psicológico, etc..etc ... 
Levaram o carro e tudo mais que estava nele. Inclusive minha bolsa. Com minha maquiagem, meu protetor solar e  meu moleskine. Nem adiantou meu nome  e telefone escritos na contra-capa, ninguém me ligou!
Desde então ando sem vontade de escrever.
Acho que vou numa papelaria comprar um caderninho.

15 de maio de 2009

Saudade

O último post , enigmático, foi uma tentativa frustada de postar no PC da minha mãe. 
Nesse momento estou abraçada ao meu Mac, fazendo cafuné, louca de tanta saudade. 
 Enfim o reencontro com um computador com QI e sem vírus.

12 de maio de 2009

ಅಸ್ಸಲ್ತರಂ ಓ ಕಾರ್ರೋ ದೋ ಮೆಉ ಪದ್ರತೋ.

27 de abril de 2009

Tempo,Tempo,Tempo...


Ontem tive o prazer de ter internet em casa. Há muito tempo não tenho isso. Aproveitei para ter um outro prazer que não tenho a tempos: ler O Globo de domingo. 

O primeiro caderno que sempre abri foi o de Cultura, on-line não seria diferente, quando abriu a matéria de capa com Maria Mariana, Ingrid Guimarães, Carol Machado e Patrícia Perrone se reencontrando me arrepiei dos pés a cabeça. 

Elas foram as atrizes de Confissões de Adolescente, peça que quando assisti em 92 me fez pensar: É isso que eu quero fazer. Peça para qual fiz um teste onde tinham mais de 400 meninas querendo o mesmo que eu. Peça que em 2000 estreei e fiquei em cartaz por mais de 2 anos.

Na matéria elas relembraram as viagens, as roupas que eram trocadas, os amores, os sonhos compartilhados, e eu ali, lendo como se tivesse naquela livraria também, no meio daquela conversa repetindo: Sei, sei exatamente...

Durante os  quase três anos de Confissões vi a história de 4 meninas da mesma turma da faculdade, ir se transformando numa amizade que de tão forte ganhou o nome de irmandade, família ou um desses rótulos que são dados para a gente classificar o que não não se classifica.

As vi dividindo quarto, palco , personagens, medos, figurinos, piadas, poesias, estradas, maquiagem, sonhos, colo e coxias.  E dividir um certo frio na barriga quando alguém mais experiente dizia: Isso um dia vai acabar! 

Vi quatro meninas de personalidades tão distintas, irem aprendendo a conhecer as diferenças, e a achar graça disso, e se irritar com isso, e botar no colo por causa disso, e depois de um tempo ver que já tinha um pouco disso dentro delas também. 

Não  divido mais a cidade com elas.   Morro de saudade de chá no Letras, do colo, bicicleta na Lagoa, brigadeiro em frente a TV, do ouvido nas horas certas, de Búzios, das roupas emprestadas,  dos abraços que elas me ensinaram a dar e do palco, que fico imaginando se ainda nos daremos o prazer de dividir. 

Ontem, lendo a matéria do Segundo Caderno, tive a certeza física de que  eu que queria estar naquela Livraria também, ao lado delas.

 Pois é, ao contrário do que diziam os mais experientes: 
-Não, não acabou. 


23 de abril de 2009

Domingo...


De uns tempos pra cá voltei a curtir futebol.  Sim, o caso foi de influência masculina, assumo! Tanta influência, que não só voltei a acompanhar os jogos, como voltei a torcer pelo time de infância.

Essa nova antiga onda me trouxe novamente o prazer de ouvir partidas pelo rádio e de ir para um boteco, ou uma pastelaria, ou mesmo ficar em casa com uma cervejinha do lado torcendo a cada jogo. Adoro! 

Morando em Brasília, fica faltando o Maraca do lado pra ir torcer lá também. Por isso que quando o mengão ganhou do Fluminense, e a final ia ser justamente no fim de semana que eu estaria no Rio, não tive dúvidas: Domingo eu tinha que estar no Maracanã! E estava. 

Já tinha ido depois da reforma, mas não depois da lei seca. Engolimos a última cerveja quase que na roleta e entramos. Logo na rampa do Belini, o hino do Flamengo as alturas já emocionava, vontade de tomar mais uma. não podia.

Chegamos na arquibancada e a torcida do Botafogo já tava lá , entusiasmada. Ex-botafoguense que sou, tenho que admitir que ela estava linda, pomposa , cheia de purpurina, balões, bandeiras e acreditando muito na vitória. 

Flamenguista que sou, bebo um gole da minha cerveja quente e sem álcool, olho para minha torcida que estava quieta e penso: Cadê o mengão?

 E mengão continuou  lá quieto, respondendo vez ou outra as provocações do adversário. E foi só a arquibancada lotar de torcedores para  festa começar. Primeiro o desfile classudo das bandeiras, depois o bandeirão da Raça e da Jovem e a torcida explodiu, festa com jeito de quem sabe o que faz, de quem sabe a hora exata de entrar em cena.  
 
Atriz que sou, me arrepiei. 

O elenco no campo não fazia jus a torcida nem de um lado nem do outro, o sol forte na cara, tornava a decisão ainda mais tensa, as torcidas não perdiam a voz, e nada de gol. O por do sol deixou o maracanã dourado  no segundo tempo e o gol contra a nosso favor nos fez pular, gritar e calar a torcida alheia.

A festa era nossa.  O juíz apita.  é o fim de jogo. Mengão campeão. Olho para a arquibancada vazia onde os botafoguenses antes faziam  festa e me pergunto: Cadê? 

A festa era só nossa.

Semana que vem tem mais, não mais no maraca, mas regada a cerveja gelada.

  Com álcool, claro.



13 de abril de 2009

Força em família!

E-mail do meu irmão depois de saber que criei um blog:

"hahahahah!!
 
Maneiro seu blog cabeça de abóbora.. outro dia ouvi no rádio q realmente as coisas estão muito mudadas.. quando éramos crianças e queríamos fazer um cocô falávamos coisas como "vou mandar um fax para Boston", "vou largar o aço", "vou dar uma barrigada", " vou liberar o negão" dentre outras.. a última agora é:
 
"ME DÊ LICENÇA QUE VOU ATUALIZAR MEU BLOG..." 

Agora estou tranquila quanto as merdas que escrevo...

santo irmãozinho.

6 de abril de 2009

tempo de mudaça

Fim de semana intenso. Mudança. Mais uma . A quarta desde que cheguei em Brasília. Dessa vez terceiro andar sem elevador. Sobe caixa. Desce escada. Sobe mala. Desce escada. Sobe a vida. Desce escada. E sobe de novo. e arruma. e olha em volta, bagunça ainda...

  A perna dói. O braço dói. A sola do pé dói. Tudo dói. Também, quem mandou ficar tão sedentária? Bem feito... O ácido lático hoje me lembra que necessito voltar a fazer algo com meu corpo. Urgente!

Os músculos andam exaustos.A casa com cara de acampamento me diz que ainda tem muito trabalho pela frente.  A respiração profunda, a excitação e esse sorriso que anda por trás da minha cara cansada me faz ter certeza de que vem nova vida pela frente.

Que continue feliz. Tim Tim.

1 de abril de 2009

Procura-se

Começamos a pré do “Procura-se” , o novo curta do Iberê. Estamos agora em busca do elenco infantil , se alguém conhecer crianças entre 6 e 12 anos moradoras de Brasília que estejam afim de fazer o teste , deixe um comentário com e-mail e contatos!!

Ah!!! As crianças  escolhidas farão um workshop comigo- ó a chance de ter uma professora legal, divertida....

31 de março de 2009

Comunicado

Comunico o nascimento de mais duas mudinhas de pimenta no meu vaso. 

Fudeu! Elas vão crescer e não vão caber nele! Vou ter que me transformar  na rainha do dedo verde e aprender a fazer mudança de plantas para vasos maiores (sei que isso tem um nme específico que não lembro).  

Já  estou me imaginando como uma grande produtora de pimenta malagueta...

Eu e meu dedo.

Dizem que tem gente que tem o dedo verde. Há muito tempo eu acho que o meu é podre. Toda e qualquer plantinha que eu ponho a mão, pimba! Morre.

Já tentei de tudo, até uma dessas plantas de pedra que segundo a minha irmã não tinha segredo nem jeito de dar errado, deu. Duas semana sob meus cuidados e já tava ela com um jeito de quem não tinha muito mais tempo de vida, só restou a minha irmã resgata-la e manda-la para o CTI.

No último aniversário uma amiga me deu um pé de manjericão, sempre tive sonho de ter uma hortinha particular  a mão para qualquer prato... A bicha não durou nem uma semana, chegou linda , cheia de vida acabou seca de tanta tristeza  na lixeira do prédio.

Na minha última ida ao Rio para visitar a família, comentei com meu padrasto que adoraria ter uma pimenteira. Pra que?  Em questões de minutos ele me aparece com uma muda em mãos. Não tive o menor tempo de avisar que era só vontade, e que vontade dá e passa e que não iria agüentar mais uma decepção com o mundo vegetal.

Voltei no avião eu e minha  nova amiga. Eu, parecendo uma mãe de primeira viagem com aquele bebê no colo sem a menor intimidade com ele. Mas chilli ( eu apelidei ,assim, minha pimenteira) era linda, toda verdinha cheia de pimentinhas vermelhas, olhei para ela tendo certeza que dessa vez daria certo.

Assim que cheguei em casa coloquei o vaso dela em cima da mesa e reguei. No dia seguinte ela tava toda feliz, com as folhas ouriçadas para cima. Pensei: Aha!! Quem disse que eu não posso?

Três dias depois ela murchou. Falta de sol me disseram. No dia seguinte, coloquei ela para lado de fora da janela, quando cheguei em casa ela tava sequinha sequinha...  muito sol disseram. O namorado disse que aquela terra não era boa, desci no  hall  do prédio com colher em mãos para assaltar um pouco da terra adubada do canteiro. Naquela noite , eu sonhei com o meu vaso, chei de folhas verdinhas nascendo.

Quando acordei, nada de folhas verdes. Lá tava chilli, do mesmo jeito que a tinha deixado: seca. Mais uma vez tinha assassinado uma plantinha.  O coração de Chilli não batia mais.O namorado deu a idéia de tirar as sementes das pimentas secas do corpo de Chilli e coloca-los na terra.

Ainda bem que sou obediente. Faz um mês que estou criando as filhas de Chilli. Primeiro nasceram duas, depois mais três que, coitadas, não resistiram ao meu dedinho maligno. Me dediquei as duas que sobreviveram com afinco...

 E essa semana nasceram mais nove filhotinhas. Todas estão crescendo felizes, parece. E eu fico, aqui, que nem mãe aflita, doida para chegar em casa e ver se elas estão são e salvas.

Acho que vou pintar meu dedo com tinta guache verde.

 

24 de março de 2009

Festa


Champagne servida. Fita vermelha cortada.  Está inaugurado o Caraminholas.